EM DEBATE SEM TODOS OS CANDIDATOS, ATUAL PREFEITO NÃO CONSEGUE RESPONDER PERGUNTAS E OPONENTES CENTRAM FOGO EM CRÍTICAS A GESTÃO

O primeiro debate entre os candidatos à prefeitura de João Pessoa em 2024, realizado na noite de ontem, foi marcado por confrontos intensos e críticas direcionadas ao atual gestor, Cícero Lucena (Progressistas). Sem a participação de todos os candidatos, a ausência do representante do Partido Unidade Popular (UP), Yuri Ezequiel, gerou polêmica e questionamentos sobre a democratização dos debates eleitorais.

A exclusão de Ezequiel, que vinha se destacando nas redes sociais como um candidato emergente da esquerda, foi um dos pontos mais comentados antes e durante o debate na mídia alternativa. Ele acusou a emissora de limitar o acesso dos eleitores a todas as opções disponíveis, o que, segundo ele, compromete a legitimidade do processo democrático. "Isso não é democrático, a população merece ouvir todos os candidatos, não apenas os que estão na liderança ou têm mais recursos", criticou Ezequiel em suas redes sociais.

Com apenas quatro candidatos no palco, o debate foi dominado por críticas à atual administração. Cícero Lucena, que busca a reeleição, foi o principal alvo de seus oponentes. Luciano Cartaxo (PT), ex-prefeito de João Pessoa, centrou suas críticas na gestão atual, relembrando suas realizações enquanto esteve à frente do município. No entanto, apesar de destacar suas obras passadas, Cartaxo foi cobrado por não apresentar propostas concretas para os desafios atuais da cidade.

Ruy Carneiro (PSDB), deputado federal, destacou seus esforços na obtenção de emendas parlamentares para a capital paraibana, tentando mostrar seu comprometimento com o desenvolvimento da cidade. No entanto, suas falas foram ofuscadas pela presença dos dois únicos ex-gestores municipais no debate, o que limitou o impacto de suas propostas e críticas, ao mesmo tempo que foi acusado de já ter sido membro das gestões de Cícero e Cartaxo.

Marcelo Queiroga (PL), médico e ex-ministro da Saúde, tentou capitalizar sua experiência no governo federal para ganhar a confiança dos eleitores pessoenses. No entanto, sua ligação com a gestão Bolsonaro foi um ponto vulnerável, explorado pelos adversários, que o acusaram de estar alinhado a políticas que não beneficiaram a capital paraibana e de extrema direita.

O atual prefeito, Cícero Lucena, enfrentou dificuldades ao responder às perguntas dos adversários, muitas vezes sendo pressionado por respostas que não vieram. O prefeito tentou defender seu mandato mencionando projetos em andamento, mas as críticas de seus oponentes dificultaram a consolidação de seu discurso. Em vários momentos, Lucena ficou sem resposta diante dos ataques, gerando questionamentos sobre sua capacidade de sustentar a campanha em meio ao desgaste.

O debate, que tinha a expectativa de ser um espaço para a apresentação de propostas e soluções para os problemas enfrentados por João Pessoa, acabou se transformando em um palco de acusações e ataques pessoais, refletindo o cenário político acirrado e polarizado da cidade. O tom combativo entre os candidatos e a ausência de uma discussão aprofundada sobre os desafios e as necessidades da capital paraibana deixam os eleitores com mais dúvidas do que certezas sobre o futuro da gestão municipal.

Esse primeiro encontro expõe a fragilidade do debate político na cidade, onde a troca de ideias e a construção de propostas parecem ter cedido lugar ao confronto e à retórica de ataques. Com as eleições se aproximando, resta saber se os próximos debates trarão mais clareza sobre as diretrizes e planos de governo dos candidatos ou se continuarão a ser marcados pelo embate pessoal e partidário.

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