Na última terça-feira, no Centro Dom Helder Câmara, em Recife, Pernambuco, aconteceu um intercâmbio crucial entre comunidades afetadas pelos projetos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e as prefeituras de João Pessoa e Recife. O evento foi organizado pela Articulação Recife de Luta e reuniu diversas lideranças comunitárias das duas cidades, além de várias organizações sociais, visando trazer as dificuldades enfrentadas pelos moradores na atuação dos projetos do BID em parceria com as prefeituras locais.
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A professora da Universidade Federal da Paraíba, Andrea Porto, apresentou aspectos técnicos do programa "João Pessoa Sustentável", em implementação na capital paraibana e suas várias inconsistências. Já André da assessoria de recife trouxe à tona um pouco do "Pro Morar", em execução em 40 comunidades da capital pernambucana.
Representando João Pessoa, o Instituto Voz Popular da Comunidade São Rafael, através do diretor geral Flávio Gomes e do coordenador do Projeto ENERGISOL, Daniel Pereira, expuseram as violações aos direitos dos moradores das 8 comunidades afetadas pelo complexo beira rio, e de todas as demais afetadas durante as contrapartidas do projeto.
Lideranças de Recife corroboraram as denúncias, afirmando que situações similares ocorrem em Pernambuco. Um dos desdobramentos do encontro foi a visita às comunidades de Recife para construir formas participativas de mapeamento socioeconômico dos territórios, muitos dos quais não possuem bancos de dados próprios, dificultando a realização de contraposições aos projetos do BID e das gestões municipais.
O objetivo do intercâmbio foi unir organizações e moradores afetados pelo BID, bem como as gestões municipais, em prol da pauta da habitação e do direito à cidade, que têm sido desrespeitados nesses territórios. Esta iniciativa visa dar voz às comunidades marginalizadas e promover mudanças efetivas em políticas públicas que afetam suas vidas.