ATIVISTA DENUNCIA COLAPSO AMBIENTAL DE JOÃO PESSOA DURANTE CONFERÊNCIA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Durante a Conferência Nacional do Meio Ambiente, realizada nesta semana em Brasília-DF, a militante ambientalista Manu Correia, de João Pessoa, fez um contundente pronunciamento que escancarou os graves problemas ambientais enfrentados pela capital paraibana. Representando um grupo mobilizado de ativistas e ambientalistas locais, Manu entregou pessoalmente à Ministra do Meio Ambiente Marina Silva um manifesto com denúncias e exigências urgentes por justiça socioambiental.
Em sua fala emocionada, Manu Correia classificou a situação da cidade como uma "catástrofe ambiental em curso". Segundo ela, João Pessoa está sendo empurrada "à beira da calamidade" em função de uma série de empreendimentos imobiliários que vêm degradando ecossistemas cruciais como manguezais, margens de rios, lagoas e áreas de Mata Atlântica. A ativista denunciou o aterramento ilegal dessas áreas para dar lugar a arranha-céus e resorts de luxo, mencionando inclusive que a falésia, patrimônio natural está sob propriedade privada.
O alvo principal das críticas foi a atual gestão ambiental da capital paraibana. Manu pontuou que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de atuar subordinada aos interesses do setor da construção civil, além de criticar a omissão do governo estadual. "Ecossistemas inteiros estão sendo entregues de bandeja aos grandes empreendimentos", afirmou.
A ativista também resgatou o episódio da aprovação do novo Plano Diretor de João Pessoa, no fim de 2023, quando vereadores aprovaram a proposta sem debate público e sob forte repressão a manifestantes. "Retiraram a obrigatoriedade de audiências públicas. Silenciaram a população. Estávamos lá, e fomos reprimidos enquanto decidiam o futuro sombrio da cidade", disse.
Manu foi aplaudida por ambientalistas de vários estados e acolhida com atenção pela ministra Marina Silva, que recebeu o manifesto elaborado pelo grupo paraibano. O documento exige o cancelamento de leis que fragilizam as áreas de preservação e pede a revisão do Plano Diretor com ampla participação popular.
"Somente unidos poderemos lutar por um futuro onde todos tenham garantido o direito a um meio ambiente saudável e equilibrado, bem como à moradia, aos alimentos e à dignidade em suas cidades", declarou a militante ao final de sua intervenção.
A mobilização reforça a crescente articulação entre movimentos locais e nacionais em defesa da justiça ambiental e contra o avanço desenfreado da especulação imobiliária.
Parabéns pela matéria!
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