COM TEMA: "TRABALHO, TERRA, TETO E PARTICIPAÇÃO" JOÃO PESSOA TERÁ 31º GRITO DAS EXCLUÍDAS E EXCLUÍDOS

Manifestação histórica ocorre paralelamente ao desfile oficial do 7 de Setembro, em João Pessoa e Patos, para denunciar desigualdades e cobrar políticas inclusivas.

Na manhã do Dia da Independência, enquanto tanques e soldados desfilam na Avenida Beira Rio em João Pessoa, um outro tipo de manifestação, carregada de simbolismo e reivindicações, se organiza a poucos metros dali. É o 31º Grito das Excluídas e dos Excluídos, o tradicional protesto de movimentos sociais e entidades de esquerda que este ano ecoa o lema “Trabalho, Terra, Teto e Participação Popular”.

Na capital paraibana, a concentração está marcada para as 9h no Parque da Lagoa. Dali, por volta do meio-dia, os manifestantes devem iniciar uma caminhada pela Avenida Beira Rio, logo após a passagem do desfile cívico-militar. O trajeto estratégico não é por acaso: significa um contraponto direto à narrativa oficial da data, propondo uma reflexão sobre “que pátria é esta” e “para quem ela de fato serve”.

A expectativa é que uma multidão formada por integrantes de movimentos populares, sindicatos, pastorais sociais, comunidades quilombolas e indígenas, militantes de partidos de esquerda e a população geral participe do ato, que é nacional e acontece em centenas de cidades.

“O 7 de Setembro oficial celebra uma independência que ainda não chegou para todos. Nosso grito é para lembrar que milhões de brasileiros seguem excluídos dos direitos mais básicos. Nossa passeata é um ato de denúncia, mas também de esperança e organização popular”, afirma uma das coordenadoras do evento em João Pessoa.

A pauta une bandeiras históricas e urgentes: o combate à fome, a geração de emprego e renda, a reforma agrária e urbana, o direito à moradia, a defesa do meio ambiente e a ampliação dos mecanismos de democracia participativa.

As ações do Grito também acontecerão na cidade de Patos, no Sertão do estado, a programação começa um dia antes. Na sexta-feira (06/09), às 7h da manhã, um primeiro ato será realizado na Praça Cícero Supino, no centro da cidade. Já no sábado (07/09), a ação tem início às 6h da manhã com um “Café da Manhã com a População em Situação de Rua”, na Concha Acústica, na Praça Edvaldo Mota. A iniciativa é um gesto concreto de solidariedade que joga luz sobre uma das faces mais cruéis da exclusão social, cobrando do poder público políticas efetivas para essa população.

Nascido em 1995 a partir de uma iniciativa das Pastorais Sociais da CNBB, o Grito das Excluídas e dos Excluídos se tornou um dos principais eventos de mobilização e crítica social do calendário brasileiro. Seu lema permanente, “Vida em primeiro lugar”, contrapõe-se à lógica do lucro e do neoliberalismo.

Trinta e um anos depois, o Grito se mantém como um espaço plural para quem acredita que a verdadeira independência do país só se completará com justiça social, distribuição de renda e garantia de direitos para todos.

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