DIA DO RADIALISTA E A LUTA PELA DEMOCRATIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO NO BRASIL
Neste 7 de novembro, Dia do Radialista, o Sistema Voz Popular de Comunicação Comunitária presta homenagem a todas e todos os profissionais que fazem da palavra, da escuta e da verdade um instrumento de transformação social. A data, porém, não deve ser apenas de celebração é também um marco de reflexão e luta, especialmente para os radialistas comunitários e os meios de comunicação alternativos, que seguem resistindo diante de um cenário concentrado e desigual no acesso ao direito de comunicar.
O Brasil ainda convive com um modelo de comunicação profundamente concentrado, onde poucas empresas detêm a maior parte das concessões de rádio, TV e dos grandes portais de notícia. Essa estrutura, marcada por interesses políticos e econômicos, restringe a pluralidade de vozes e limita o direito da população à informação livre e diversa. Enquanto conglomerados se beneficiam de concessões e patrocínios milionários, centenas de rádios comunitárias aguardam há anos o reconhecimento legal de seu trabalho.
Um exemplo dessa resistência é a Rádio Comunitária Voz Popular, da comunidade São Rafael, que desde 2005 luta pela sua concessão oficial como emissora FM. Mesmo sem o respaldo formal do Estado, segue firme em seu compromisso com a ética, a verdade e a valorização dos trabalhadores e trabalhadoras do país. A trajetória da Voz Popular simboliza o esforço de tantas iniciativas que acreditam na comunicação como direito humano e instrumento de cidadania.
A Constituição Federal assegura o direito à comunicação como parte do conjunto de liberdades democráticas. No entanto, a ausência de políticas públicas efetivas e o entrave burocrático que atinge as rádios comunitárias revelam o caráter excludente e elitista do sistema midiático brasileiro. Democratizar a comunicação significa permitir que o povo fale por si, que comunidades, coletivos e movimentos sociais tenham meios para narrar suas próprias histórias.
Neste Dia do Radialista, o Sistema Voz Popular reafirma seu compromisso com uma sociedade mais justa e igualitária, em que comunicar seja, de fato, um direito de todos e não privilégio de poucos. Que esta data sirva para lembrar que a voz do povo não pode ser silenciada, e que sem democratização da comunicação, não há democracia plena.

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